segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ROCK PARÁ ESPECIAL: ECOS FALSOS

CRÉDITO DA FOTO: Daniel Akashi
A banda paulistana Ecos Falsos é conhecida por não ter rótulos (que por um lado é excelente), além de ter um som pop, quase, cacofônico. Para explicar melhor sobre tudo isso, Gustavo Martins (vocalista, às vezes guitarrista e baixista) revela alguns detalhes sobre a banda nessa entrevista exclusiva para o blog Rock Pará, onde ele demonstra conhecimento sobre o rock paraense. "Eu gostei muito do CD da Stereoscope quando ouvi, e tenho ouvido falar bastante do Madame Saatan, claro. Toda hora ouvimos relatos também de como são legais os shows por aí, com um público super bem informado e animado, e queremos muitíssimo tocar quando o disco ficar pronto - aliás, é uma promessa, pode anotar! ". Além dele, a banda é formada por Daniel Akashi (guitarra e vocal), Davi Rodrigues (bateria), Rodrigo BB (guitarra e vocal) e Vini F. (baixo e vocal). No final da entrevista assista o clipe da música "Bolero Matador" (legendado).
Gustavo Martins

Como está a banda Ecos Falsos? Projetos? Shows? CDs?

Os Ecos Falsos estão muito bem, trabalhando duro no segundo disco. Tivemos um processo bastante intenso de trocas de integrantes desde o lançamento do "Descartável Longa Vida" até agora, portanto decidimos nos enfurnar em estúdio para criar algo que fosse coerente com nosso momento atual. O lançamento das músicas deve acontecer em outubro, seguido de shows nas capitais brasileiras para lançar o disco mesmo. Mas já podemos adiantar que vai ser um negócio diferente, não sei nem se poderemos chamá-lo de "CD".
Como você poderia analisar a cena independente brasileira atual?

Bem, a cena continua crescendo em importância, já atraiu uma atenção permanente da mídia, já se estabilizou como uma base de lançamento de novos artistas mais do que as gravadoras grandes, o que é ótimo. O momento de euforia dos festivais de 2008 acho que deu uma arrefecida, natural, por conta da crise mundial e tudo mais, mas vários avanços diplomáticos e de contato com o governo têm sido feitos pelo pessoal da Abrafin também, isso é importante e deve gerar muitos frutos. Quanto às bandas, eu noto uma certa tendência de voltar a cantar em inglês, não sei se por causa do "efeito CSS" e da possibilidade mais real de fazer pequenas turnês no exterior, o que é bacana mas não me agrada muito esteticamente. Mas também temos muitas bandas boas em português surgindo ou prestes a lançar coisa nova: Zefirina Bomba, Nevilton, Rockz, Sabonetes, Zebra Zebra, Superguidis, Charme Chulo... Não há do que reclamar.

A banda é bastante conhecida no mundo independente nacional. Um dos bons motivos é modo como vocês utilizam a internet? Essa forma de comunicação é indispensável para qualquer banda atualmente?

Bem, não utilizar a internet seria um grande contra-senso atualmente. Uma banda precisa se comunicar, chegar até seus possíveis fãs, e a internet atualmente se mostra a ferramenta mais poderosa e barata para fazê-lo. Mas ela tem uma dificuldade grande que é a cacofonia, TODO MUNDO se vendendo ao mesmo tempo, tentando chamar a atenção, então para ela funcionar a favor de uma banda não basta utilizá-la muito, é preciso utilizá-la criativamente. É como o clipe de "Spam do Amor" que fizemos, que deu muito mais repercussão e views do que daria um clipe normal por ser um jogo feito com nove vídeos de YouTube. As pessoas estão famintas por novidade, e isso tem um lado bom e ruim: o bom é que não existem mais preconceitos para se ouvir algo novo, desde que bom e bem recomendado pelos amigos; o ruim é que elas esquecem tudo com muito mais rapidez. Então me parece que para uma banda independente o caminho deve ser a criatividade contínua, continuar sempre produzindo músicas e novidades que agradem as pessoas, ao invés de ficar querendo lançar um disco e descê-lo goela abaixo de todo mundo.
Ecos Falsos na internet:

clipe da música "Bolero Matador" (legendado)

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