quarta-feira, 19 de agosto de 2009

ESPECIAL: SHADOWSIDE - O MAIS NOVO EXPOENTE DO METAL NACIONAL

Shadowside


Depois do surgimento da banda paraense Stress, a primeira a lançar um LP do estilo no Brasil (“STRESS” – 1982), que o Metal nacional vem ganhando muito espaço e destaque mundialmente. Sepultura, Viper, Angra, Shaman, já mostraram e ainda mostram essa qualidade. Mas agora, direto de Santos (SP) vem o mais novo expoente, Shadowside. A vocalista Dani Nolden concedeu uma entrevista exclusiva para o blog Rock Pará, onde demonstra muita simpatia, inteligência e interesse sobre o rock paraense. “Não estou muito por dentro da cena de Belém, mas conheço o Stress, claro! Gosto de conhecer bandas novas, sempre que alguma banda ou músico me adiciona em sites como MySpace ou Orkut, eu procuro escutar alguma coisa. Ficarei de "ouvidos abertos" para as bandas de Belém”. Além dela, a banda é formada por: Fábio Buitvidas (bateria), Raphael Mattos (guitarras) e Edu Simões (baixo).

ASSISTA O CLIPE DA MÚSICA "HIGHLIGHT" NO FINAL DO TEXTO.




Dani Nolden

Quando você começou a se interessar por Heavy Metal?
Dani: Eu estou envolvida com música desde os 7, 8 anos de idade, mas comecei a escutar Heavy Metal aos 12. Eu tinha mais ou menos 10 anos quando meu primo me apresentou a bandas como Guns n' Roses, Skid Row e aos poucos fui descobrindo bandas como Judas Priest, Iron Maiden, e me apaixonando cada vez mais pelo estilo. Foi uma sensação de ter encontrado a música que eu sempre gostei e não sabia. Eu sempre gostei muito de Queen, mas minhas preferências sempre foram às músicas mais Rock que Pop deles, como “Breakthru” - uma das minhas favoritas até hoje. Eu ficava no meu quarto, com a porta trancada e o som no último volume, tentando cantar igual aos meus cantores favoritos e deixando meus pais loucos (risos).

Quem são as tuas principais influências?

Rob Halford, Sebastian Bach, Paul Stanley... Eu gostava mais de vozes de atitude que vozes "refinadas". Hoje gosto das duas coisas, especialmente quando elas estão juntas, mas o que me atraiu e influenciou de verdade a querer cantar Heavy Metal foi à energia. Naquela época, eu achava que cantar era fácil, gritar que era difícil. Desenvolvi esse lado "agressivo" primeiro e me preocupei com a musicalidade apenas quando comecei a cantar em bandas e minhas influências passaram a ser mais os companheiros de banda que tive do que os músicos já estabelecidos. A experiência de tocar com outros músicos, que escutam coisas diferentes de você, com personalidades que conflitam com a sua, me fez crescer muito como cantora. Acho que nada é mais interessante e enriquecedor para um músico do que isso.

Você alguma vez percebeu alguma espécie de privilégio ou preconceito por sua banda ter uma vocalista?

Privilégio, não, porque acredito que quando a música é ruim, nada funciona. Seja com um homem ou uma mulher como vocalista, as pessoas vão escutar apenas se a música agrada. Uma espécie de preconceito existiu e existe até hoje, mas não aquele tipo de "mulheres não devem fazer isso". Apenas é comum que as pessoas pensem que somos uma banda de Gothic Metal ou algo parecido antes de nos conhecerem. Nós começamos em 2001, quando teve aquelas explosão de bandas com mulheres no vocal e bandas como Nightwish e After Forever, então as pessoas passaram a associar bandas de Heavy Metal com mulheres a essas bandas. Eu não tenho nada contra elas, mas obviamente nós somos bem diferentes.
Minha voz é diferente, é mais grave, funciona melhor com coisas mais cruas e pesadas. Nós não estávamos tentando intencionalmente ir contra a tendência, mas não foi o caso, foi apenas uma coincidência. Eu cantaria como canto hoje de qualquer forma, mesmo se todas as outras mulheres do mundo soassem como eu. Essa é minha identidade. Essa confusão ajuda em alguns casos e prejudica em outros...
Quem gosta de Gothic Metal ou cantoras de vozes mais delicadas nos escuta achando que seguimos a mesma linha, mas a menos que ele goste apenas disso, é possível que acabe gostando de nós, mesmo que não sejamos o que ele esperava. O problema é quando uma pessoa não escuta porque não gostou dos vocais femininos que escutou até hoje. Outras coisas que escutamos com frequência é que eu sou uma vocalista contratada, que a Shadowside tem uma mulher na banda apenas para vender mais, o que não seria possível, afinal eu sou da formação original e ninguém na banda tinha pretensão alguma no início. O mais curioso e engraçado que já li sobre essa história foi alguém nos acusando no site Blabbermouth de sermos um bando de vendidos.
Ele dizia ter escutado o “Theatre of Shadows” (Nota do editor: o primeiro CD da banda), com o "cantor antigo" e que agora estávamos com uma mulher na banda apenas para ganhar dinheiro com a moda de mulheres no vocal, quando o tal "cantor antigo" era eu. Acho que essas coisas são naturais quando você tem uma voz diferente, não me incomoda. No começo, as pessoas não entendem mas depois percebem que isso é algo seu. Tudo que é novo causa estranheza e confusão.



Cartaz de divulgação do novo CD "Dare do Dream"


Você conhece alguma banda de Belém?


Não estou muito por dentro da cena de Belém, mas conheço o Stress, claro! Gosto de conhecer bandas novas, sempre que alguma banda ou músico me adiciona em sites como MySpace ou Orkut, eu procuro escutar alguma coisa. Ficarei de "ouvidos abertos" para as bandas de Belém.


Além do Heavy Metal, ela também já se cantou e interpretou outros estilos musicais?

Não em bandas. Eu cantei Pop e Pop Rock em estúdio, tinha um amigo que precisava de uma gravação urgente então eu fiz o trabalho para ele, mas pensando o tempo todo "o que eu estou fazendo aqui?" (risos). Eu sou aberta a outros estilos musicais, mas não me vejo trabalhando como Pop. Eu gostaria de gravar alguma coisa de Blues algum dia, acho que seria divertido e interessante.

Quais são os principais temas das letras das canções das bandas?

São coisas do cotidiano, situações que acontecem na minha vida, na dos meus amigos, pessoas que eu conheço. Eu posso escrever apenas sobre o que eu conheço bem. Tem vários assuntos que me interessam, mas nada poderia ser mais sincero e real do que a minha própria vida. As letras são como meus diários, a maioria delas é uma história que realmente aconteceu, mesmo quando eu não sou clara sobre o assunto. Gosto de deixar as pessoas interpretarem e levarem as letras para suas próprias vidas e situações, como em “Baby in the Dark”, que é sobre um amigo meu que tentou se tornar o que a sociedade considera "normal" e acabou se esquecendo de quem ele realmente era, mas eu sempre dedico essa música nos shows para todos aqueles que estão perdidos ou conhecem alguém tão perdido quanto um bebê no escuro.

“Hideaway”, nosso segundo single, também fala sobre diferenças entre as pessoas; muitas são perseguidas, especialmente nas escolas, por terem gostos ou comportamento incomuns. Já In the Night fala sobre o comportamento de uma mulher que se cansa de manter um relacionamento em segredo, de uma forma séria e bem-humorada ao mesmo tempo. É mais ou menos como se eu tivesse me colocado no lugar de uma mulher em TPM que decidiu que não vai mais ser a "outra" (risos). Já “Dare to Dream” é a música que eu considero a mensagem mais forte e direta do álbum, que é "atreva-se a sonhar". Seja seu sonho simples ou praticamente impossível, nada vai acontecer se você não se atrever a sonhar - e ir atrás do que você quer. Alguns sonhos estão bem mais longe que os outros, mas as coisas só vão mudar se você começar a caminhar...

A cada passo que você dá, você está um passo mais próximo de onde você sonha em chegar. Eu procuro escrever comentários sobre o que vejo de errado, mas sem julgar as pessoas, apenas colocando as coisas de uma forma positiva e talvez dando ideias sobre o que pode ser mudado. Nós somos uma banda para você se divertir e se livrar dos problemas por alguns instantes, não lembrar você de como as coisas são difíceis.

Quais são os próximos passos da banda Shadowside?

Tocar onde pudermos! 2009 e o início de 2010 será um período cheio de trabalho para nós e não queremos saber de descanso. Recentemente estivemos na Espanha, fizemos quatro shows por lá, depois voltamos ao Brasil e tocamos como uma das atrações principais do Araraquara Rock, depois tocamos em Santos com o Sepultura, que foi uma verdadeira honra. Ainda mais porque eles nos convidaram para uma jam no final do show na “Roots Bloody Roots”. Nunca tinha me imaginado cantando Sepultura, ainda mais ao lado deles. Foi uma bela experiência. Agora em Setembro voltamos aos Estados Unidos para uma turnê extensa por lá, até o momento são 24 apresentações em menos de um mês, com possibilidade de mais uma semana de shows. Depois temos planos para uma turnê brasileira antes de retornar a Europa para mais uma passagem pela Espanha, possivelmente Portugal pela primeira vez e estudaremos a possibilidade de incluir mais alguns países, além de outra passagem pelos Estados Unidos, dessa vez pela Costa Oeste, onde nunca tocamos antes. Só então vamos pensar em um novo álbum. No momento, estamos 100% focados no “Dare to Dream”, que entrou na Roadie Parade da Roadie Crew como um dos 5 discos de Metal mais vendidos do mês de Julho, ao lado de Iron Maiden e Heaven and Hell. Portanto vamos continuar ocupados, a banda está indo muito bem mas estamos apenas começando. Temos muito trabalho pela frente e felizes com isso!

CONTATOS:

Um comentário:

Lucas Monteiro disse...

pode cre, eu tive a oportunidade de assistir o Show do Shadowside junto com o sepultura em Santos dia 1 de agosto!!
porra, show muito loco!!Dani canta muito e a banda toca muito tbm!
com certeza um destaque e tanto no metal nacional!!

\m/