segunda-feira, 6 de julho de 2009

QUEM SÃO OS DESTRUIDORES DE TÓQUIO?


A banda de Capanema, interior do Pará, Destruidores de Tóquio consegue de forma inusitada misturar a psicodelia dos anos 60 e 70, com letras irônicas. Conheça mais dessa banda, nessa entrevista com o guitarrista e vocalista Nazo Glins. Além a banda é formada por Messias Lima (bateria) e Alex Lima (baixo e vocais). Para conhecer o trabalho deles, entre no myspace: http://www.myspace.com/destruidoresdetoquio.

Conte sobre a trajetória da banda em todos esses anos?


Na segunda metade dos anos 90, eu (Nazo Glins) e meu irmão Fábio Lins (baterista), perambulávamos por bandas de vida curta, sempre nadando contra a maré, o mundo vivia o auge do grunge, mas nós insistíamos num repertório um tanto esdrúxulo pra pequena Capanema, tocávamos: Velvet Undergroud, Bowie, T Rex, Smiths. Numa das últimas tentativas de banda cover, tivemos na formação Alex lima, atual baixista dos Destruidores. A banda se desfez, fiquei um tempo parado, onde aproveitei pra compor algumas músicas. No final de 2002, o irmão do Alex, Messias Lima, estava aprendendo a tocar bateria, novamente resolvemos montar uma banda, agora um trio, e com trabalho autoral. Estreamos no dia de finados daquele ano, no bar da Mônica, uma amiga da banda, que ficava bem próximo do cemitério da cidade, no ano seguinte caímos na estrada, tocando pelo interior, sob condições precárias. um dia o Alex arrebentou um baixo, caindo de um palco tão pequeno que mal cabia a banda, decidimos então dar um novo rumo ao nosso trabalho, pois já viajávamos pelo interior havia quase três anos, e já tínhamos destruído quase todo o nosso equipamento em viagens, e uma certa experiência de estrada, fomos pra capital no começo de 2006, para divulgar nosso CD demo “A celebração da autodestruição”, na nossa primeira apresentação pra divulgar esse disco em Belém, foi no bar Mormaço. Não posso deixar de destacar a apresentação no Milo Garage, em São Paulo, no ano passado, no aniversário da Peligro discos, após vencermos um concurso promovido pela Trama Virtual.

Quais são as principais influências de cada músico?


Eu curto Ronnie Von, na fase “psicotupinicodélica”; Roberto Carlos, safra 67; Amado Batista e toda a fase de ouro da música brega (Carlos Alexandre, Diana, Lindomar Castilho) Erasmo Carlos, Hermes de Aquino, Azimuth, e Ave Sangria. O Alex adora a Geração 83, Smiths, The Cure, New Order, Housemartins. O Messias gosta de bandas mais "novas", Libertines, Supergrass, novidades na internet, e de bandas gaúchas. Todos nós gostamos de Kinks, Lou Reed, Stooges e Neutral Milk Hotel, uma grande influência pra banda foi o disco “Rádio 2000”, do Stereoscope, responsável por parte das mudanças em nosso som.

O que significa Destruidores de Tóquio?

Nós precisávamos de um nome ímpar pra divulgar na rede, um nome tipo: pesquisar no Google, e os resultados sejam todos ligados a banda, e o nome foi idéia de um artista plástico nosso amigo, o Lincão.


Como é a cena roqueira de Capanema (município localizado na região Nordeste do Pará, a 149 km de Belém, fonte: http://www.ferias.tur.br/informacoes/4596/capanema-pa.html)?


Continua como quando eu comecei com as minhas primeiras tentativas de banda, duas ou três bandas cover tocando em botecos, só que agora com um repertório ruim e com um mal gosto de deixar constrangido o Wanderley Andrade. Capanema é um bom lugar pra viver, mas é péssimo pra tocar. Capanema parou em 1995.

Como vocês utilizam a internet para divulgar o trabalho da banda?


Utilizamos de todas as formas possíveis e imagináveis, a internet foi o nosso teletransporte pra fugir da cena capanemense. Adoramos matérias nossas em blogs, site, e outros veículos on-line, é uma grande divulgação para uma banda.

Quais são os projetos para esse ano dos Destruidores de Tóquio?


Temos um disco pronto, que foi gravado em setembro do ano passado, nos porões da Ná music, o novo estúdio do Ná que é do caralho, diga-se de passagem, o disco foi produzido por Ricardo Maradei e pelo Jack (Stereoscope), o que foi uma honra para nós. O Ricardo tocou em algumas faixas , arranjou outras, resumindo, teve uma grande participação nesse novo trabalho da banda, e nos ajudou bastante, o disco foi mixado em Brasília pelo Gustavo Dreher, e masterizado pelo Thomas Dreher, isso tudo deu uma valorizada no nosso som, ficou com uma qualidade fantástica, estamos na expectativa, é o nosso primeiro trabalho oficial (industrializado), e vai ser lançado em julho pela “Ná music”, e vai se chamar “O Avesso e o Avesso”, uma citação a Albert Camus. Quero também aproveitar a oportunidade para agradecer ao Ná Figueredo, por ter confiado no nosso trabalho. Depois do lançamento, vamos tocar em alguns bares em Brasília, e depois seguimos para São Paulo. Estamos apostando na cena dos bares, pois os festivais estão congestionados, e pra se conseguir algum destaque em um festival , além da música, acho que você tem também que cuspir fogo, usar um vestido de noiva, ou dar um tiro na própria cabeça no meio da apresentação. São muitas bandas e pouco espaço. Eu não tenho talento pra ficar refém de festivais, as bandas são maiores que os festivais, mesmo as pequenas bandas. Viajaremos com o Stereoscope, já está quase tudo programado, faltando alguns detalhes, mas devemos partir em outubro deste ano , não vai ser nada de mais, só duas bandas viajando e tocando sem nenhum glamour, algo meio mambembe.

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