domingo, 5 de julho de 2009

BALANÇO DO ROCK COMPLETA 19 ANOS - A MAIS TRIBAL DE TODAS AS FESTAS


Balanço do Rock, programa da Cultura FM (93,7), completa 19 anos. Apresentado por Beto Fares, todos os sábados, das 16 às 17h. O programa também conta com a participação Regina Silva, Ulisses Moreira, Agostinho Soares e Felipe Gillet na produção. Saiba detalhes da história do programa e também do futuro dele nessa entrevista, com Beto Fares.


Como começou o teu interesse pelo rock'n'roll?


Minha mãe tocava violino, meus tios tocavam violão, minhas tias cordas. Isso me levou pra música. Sou caçula de oito irmãos, pude ouvir quase todo tipo de música, da bossa nova aos Beatles. O rock veio com todas essas coisas, reforçado com a adolescência e a ascensão dos anos 1970 com suas mega-hiper-super bandas.

Conte a história do programa “Balanço do Rock”, que já se tornou referência nacional?

Quem começou com o “Balanço” foi o Marcelo Ferreira junto com o Felipe Gillet, eles fizeram um projeto pra uma série de programas contando o rock em quatro etapas, o rock nos anos 1950, 60, 70 e 80. Isso foi na volta das férias escolares de julho 1990. Eles me convidaram pra ajudar a montar os roteiros. Fizemos a série mas a resposta da audiência era muito significativa, principalmente para um quadro que tinha musical livre, onde podias tocar rock sem estar preso a série. As quatro edições acabaram e eu fiquei responsável pelo programa. O número de pedidos no programa era muito expressivo, mas o que achei significativo foi o quanto os ouvintes pediam e queriam saber sobre o rock local. Em 1993, achei que deveríamos começar a produzir alguns tapes pra suprir essa demanda. Descobrimos que as bandas não sabiam nem como funcionava um estúdio de gravação direito e foi ai nosso maior investimento. Invertemos todas as prioridades do programa deixando a música pop da cidade ser nossa referência número um. Daí, tem toda a história da inversão de valores do rock nacional nos anos 1990, e inconscientemente, todos os produtores nacionais estavam migrando no mesmo sentido, creio que por isso o “Balanço do Rock” ficou sendo a referência daqui, pelo menos na época.

Quais foram os melhores momentos? E os momentos mais engraçados?

Cara, o “Balanço do Rock” é tão cheio de grandes momentos que até é difícil falar disso: as bandas em estúdio é um momento de prazer incomensurável. Um caso foi à gravação do Retaliatory. Marcamos as sessões pro inicio da noite, hora que todos largávamos do trampo. Daí, chega o Lúcio Face Boll com a bateria dele sem as ferragens, não por maldade, porque ele não tinha mesmo. Todo mundo já estava até desistindo quando o Assis Figueredo, engenheiro de som, entrou na sala com um daqueles cinzeiros de madeira coletivo que ficam nos corredores das repartições públicas e disse: “Tá aqui, eu arranjei o banco pra bateria”. Ficou um silêncio momentâneo e todos caímos numa boa gargalhada. Cabos de vassouras resolveram nosso pequeno problema e a música “Voice From The Silence” virou um hino banger na época.

Quais os próximos passos do programa?


Continuamos ligados fortemente as bandas da cidade, estamos fazendo gravações ao vivo pra amostragens dentro do programa no máximo de qualidade técnica possível pra que além de mostrarmos as bandas, que elas saiam com um bom ensaio gravado. Outra coisa que acho legal, fizemos uma seleção de bandas com sons bem diversos pra rever a obra da banda Delinqüentes, um tributo simples a um dos caras mais agregadores e carismático da música daqui de Belém, o Jaime Katarro. Esse projeto coincide com os 19 anos do programa, os 24 do Delinqüentes e o 2° disco dos meninos. Uma banda de 24 anos cheia de histórias e hits que merecem ser mostradas para essa primeira geração do novo milênio. Esperamos que tudo esteja pronto até o final de agosto. Já temos dois outros projetos que vamos manter guardados. Por hora é isso. O “Balanço do Rock” hoje é um programa de prestação de serviços a música pop local sem barreiras ou preconceitos.

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