sábado, 21 de novembro de 2009

Entrevista Especial: Macaco Bong






A banda cuiabana Macaco Bong é um das mais importantes da música independente nacional. Com o rock instrumental psicodélico, Ney Hugo (baixista), Bruno Kayapy (guitarra) e Ynaiã Benthroldo (bateria) são os protagonistas de uma verdadeira catarse. Conheça mais sobre a banda nessa entrevista exclusiva com o baixista Ney Hygo.




A banda Macaco já teve o prazer de se apresentar em Belém. O que vocês acharam do público paraense?




Achamos ótimo. Nós viemos em 2007 no Festival Se Rasgum. Era a segunda edição e ali mesmo já pudemos perceber como o público paraense é aberto a novas sonoridades e sabe compor o show junto com o artista que está no palco. Voltamos agora, passados esses dois anos, e acompanhamos de longe a repercussão desse público, seja em eventos no Ná, nas festas da Bel Rock, nas ações do Coletivo Megafônica, no próprio Se Rasgum, enfim. Estamos loucos pra encontrar essa galera novamente. Vai ser massa!!





O que vocês poderiam destacar do rock independente aqui no Pará?




Bom, algumas das iniciativas que citamos na resposta anterior como o Festival Se Rasgum, Bel Rock, Casarão, e principalmente, nesse momento, o Coletivo Megafônica, que se constituiu como Ponto Fora do Eixo no Pará. Pela primeira vez o estado conta com um link tão forte com o Circuito Fora do Eixo, uma vez que o Ponto FE é quem tem a responsabilidade de articular a cena local com o Circuito. E nos seus poucos meses de efetivação como Coletivo, o Megafônica tem mostrado um trabalho muito interessante. Não é à toa que estamos aqui pela segunda vez, depois desses dois anos, através de uma ação desse coletivo. Bandas, podemos citar trocentas mil, várias delas inclusive já tocaram em Cuiabá nos festivais Calango ou Grito Rock, ambos organizados pelo Espaço Cubo, o coletivo do qual fazemos parte. Vamo lá.. Madame Saatan, La Pupuña, A Euterpia, Johnny Rockstar, Turbo, o ícone e lenda viva Mestre Laurentino, e bandas que conhecemos recentemente que vem fazendo trampo de qualidade: Sincera, Vinil Laranja, Floresta Sonora, Jungle Band, Juca Culatra, entre outras.



Quais são os próximos projetos da banda Macaco Bong?



Um dos dos nossos próximos projetos está diretamente ligado com Belém. Estamos filmando um clipe com a Priscilla Brasil, que por sinal faz um trabalho de altíssimo nível. Já estamos na cidade, fizemos reuniões de Brain Storm do clipe e começaremos a filmar no domingo. Vai ser uma linguagem diferente do que já fizemos em vídeo. E vamos filmar no Palacete Bolonha. Estamos muito empolgados pra começar a fazer logo, rs. E desde já ansiosos pelo resultado final, pois conhecemos o trabalho da Pris, e sabemos que é foda! Outro projeto é o segundo disco, que ainda não tem data pra ser lançado nem gravado, mas que estamos em pleno processo de composição e pré-produção. Estamos passando menos tempo em Cuiabá, e essas novas composições devem vir com vários climas e diferentes umidades. o Artista Igual Pedreiro é bem quente e seco, a cara de Hell City.




O que vocês poderiam destacar da música independente em Cuiabá?



Devido ao intenso trabalho que o Espaço Cubo desenvolve por lá desde 2001, a cena passou por um processo de desenvolvimento muito interessante. Hoje são várias as bandas cuiabanas que têm conseguido obter destaque e fazer shows em outras localidades do país. O bacana é que essas bandas – e também as bandas novas que surgem – já entendem de cara a necessidade da auto gestão do próprio trabalho. Muito desse aspecto é devido ao Cubo Card, moeda complementar desenvolvida pelo Espaço Cubo e que ajudou a viabilizar o trabalho de várias bandas. A banda que surge hoje em Cuiabá já nasce pensando em como articular os próprios shows, entra em contato com produtores de outros estados, fazem amplo trabalho de divulgação, algumas fazem promoções com seus produtos, etc. Isso sem contar a variedade de estilos. Podemos citar várias: Rhox (Rapcore), Inimitáveis (Jovem Guarda), Snorks (Hardcore), Venial (metal), entre outras. Isso fora as iniciativas em outros nichos musicais, e que estão sendo reconhecidos nacionalmente pela originalidade do trabalho, trazendo renovação à música brasileira. Podemos citar nesse caso os exemplos de Ebinho Cardoso, Linha Dura e Paulo Monarco. Existem iniciativas como a Volume – Voluntários da Música, que há anos realiza a Semus – Semana da Música, em parceria com o Espaço Cubo visando o desenvolvimento técnico e de visão de mercado dos músicos. Há também o Sindicatto Extremo Oeste, que trabalha só com bandas de som pesado.




A banda é conhecida por ser batalhadora, em todas as situações. O que vocês poderiam destacar do que está acontecendo na Cultura Independente no Brasil? E o que está faltando para que as bandas, músicos, produtores, jornalistas envolvidos no movimento independente comecem a ter mais destaques na mídia nacional?




A cultura no Brasil vive um momento ímpar e temos a plena convicção de que estamos fazendo parte de um momento histórico muito siginificativo no país. Nunca o cenário cultural esteve tão organizado e tão autônomo. O trabalho associativo e em rede tem pautado as discussões e avanços por todos os cantos. Podemos destacar aqui os Pontos Fora do Eixo, as redes de música (RECEM, Rede Rio Música, entre várias outras), a relação cada vez mais próxima com o poder público e a iniciativa privada cada vez mais seduzida, bandas excelentes surgindo a todo momento por tudo quanto é lugar do país, festivais com dezenas de milhares de pessoas prestigiando bandas locais e de outros estados, enfim... O que falta pra determinado indivíduo atingir maior destaque na mídia nacional é trabalho. Passados alguns anos já dessa movimentação, hoje não é difícil conseguir cavar pauta em veículos de grande porte. É claro que eles não são nem nunca foram nosso objetivo principal. Temos nossas próprias ferramentas de divulgação e comunicação que independem da mídia de massa. Porém, o espaço conquistado pelo mercado independente (que hoje já é chamado de “mercado da música”, de maneira geral, devido o espaço que ocupou) abriu portas em veículos como Multishow, MTV, Tv Cultura, Rolling Stone. Eles estão abertos e de olho em nós. Quem trabalhar, produzir e apresentar resultados certamente saltará aos olhos da mídia de destaque.

2 comentários:

Nat disse...

achei massa a apresentação deles

Nat disse...

achei massa a apresentação deles