quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
AEROPLANO ESPECIAL
A banda Aeroplano passou mais de 20 dias em Goiânia Rock City, mas precisamente no estúdio Rock Lab, gravando o segundo CD, que contou com a produção de Gustavo Vasquez (baixista da banda MQN). Agora de volta a Belém, o guitarrista Diego Fadul conta todas as novidades da banda nessa entrevista especial para o Rock Pará. Além disso, a banda é uma das atrações da Prévia do Festival Grito Rock, que será no dia 08 (sexta-feira, no Caverna Club, que fica na Travessa 14 de abril, próximo à Magalhães Barata). Mais informações sobre as Prévias do Grito Rock no Pará: www.megafonica.blogspot.com.
CONTATOS:
Blog do Aeroplano, de Belém-PA: www.aeroplanando.blogspot.com
Fotolog do Aeroplano : www.fotolog.com/aeroplanorock
Myspace: www.myspace.com/aeroplanobr
Blog do Diego Fadul, guitarrista do Aeroplano: www.perguntaprodidi.blogspot.com
Como aconteceram os primeiros contatos com o Gustavo Vasquez sobre a gravação do novo CD do Aeroplano?
A decisão de gravarmos fora do Pará foi tomada uns quatro ou cinco meses antes da gravação. Queríamos assim porque o que buscávamos era um distanciamento de Belém, isolamento das nossas vidas pessoais, além de poder contar com a produção de alguém que não nos conhecesse e que pudesse nos apontar o que funciona ou não na nossa música. Aí estudamos algumas possibilidades levando em conta o custo da viagem, o custo da gravação em si, o quanto de valor que o estúdio agregaria ao nosso trabalho, além, claro, da qualidade do produtor em si. Decidimos em fazer no RockLab, com o Gustavo Vazquez, muito pelos equipamentos que ele tem por lá, pela liberdade de experimentar que é natural do seu estilo de trabalho - e isso casa muito bem com o que procuramos - e pelo histórico de competência, vide o Artista Igual a Pedreiro (Macaco Bong), gravado e produzido por ele, ter sido escolhido o melhor disco de 2008, pela Rolling Stone do Brasil. Há outros exemplos, como o badalado Black Drawing Chalks, o Violins, Hellbenders, Johnny Sux e um monte de bandas muito legais. Daí que ligamos pra ele, acertamos o contrato, chegamos lá e rolou muito bem. Gustavo é um cara gente boa, bastante tranquilo de se trabalhar.
Conte sobre esse aprendizado musical e em relação a cena e a cidade de Goiânia?
Bom, quando se chega para gravar, a banda normalmente crê que aqueles arranjos são os melhores possíveis. Que nada! O produtor sai aparando todas as pontas, cortando os exageros, privilegiando alguns aspectos das músicas e tentando linkar o repertório todo do disco, para criar uma identidade naquele conjunto de canções. Acredito que nosso jeito de compor vai mudar bastante, provavelmente as músicas se tornarão mais objetivas e passarão a ter uma unidade, um núcleo mais comum entre si. Já estou até me planejando para absorver alguns elementos que adicionamos ao som, durante as gravações, como teclados e programação de beats. É uma vontade que Eric e eu temos de ter isto bem mais presente num segundo disco.
Sobre a cena de Goiânia, vou repetir o que o próprio Vazquez disse - acho que foi ele, numa conversa de mesa de bar: uma cena independente se compõe principalmente da classe média, média-alta, (daqui pra frente são palavras minhas) que em GYN, é bem mais expessa do que em Belém. Talvez faça parte de todo o processo histórico a capital goiana ser tão à frente da nossa cidade natal. É só observar que o principal festival do estado é também um dos principais do país, o Noise, que já se realiza há 15 anos! O nosso principal festival rola há 4, o Se Rasgum. O impacto que isto tem, numa visão mercadológica da coisa, pudemos comprovar lá: pequenos shows no meio de semana lotados, uma produção grande e de qualidade de eventos, uma boa estrutura para bandas veiculação de material de bandas, além do nome da cidade praticamente ser mudado para Goiânia Rock City, porque a cidade realmente respira Rock. E transpira, nos dias mais quentes.
Sobre Belém, acho que o trabalho está sendo feito. Temos muita gente trabalhando em diversas frentes, sob as mais variadas bandeiras, como o Coletivo Megafônica, como representante ponto Fora do Eixo no Pará; a própria Se Rasgum, com contornos mais empresariais e independente nacionalmente, assim como a Roquenrou Beibe; Pró Rock e Bafafá, com um âmbito de atuação mais político e de articulação perante o Estado; associações como a Associação de Rock Paraense - ARP e a Fora da Panela, que são compostas por bandas que se sentem alijadas ( eu acho ) do processo de divulgação e oportunidades do rock local, além das bandas que correm por si só, mas de mãos dadas entre si. Todas compõem um cenário que cresce, às vezes meio sem direção, mas que não pára.
Agora quais são os próxmos passos da banda? blog? site? CD?
Estamos trabalhando agora com o www.aeroplanando.blogspot.com , nosso blog que foi criado para servir como uma espécie de diário de bordo da nossa viagem a goiânia. Não faço idéia de quanta gente acompanhou o blog naquela época, mas me empolguei ao sentir um bom feedback. Resolvi, então, reformular o blog e transformá-lo no nosso principal meio de comunicação e interação com as pessoas que gostam do nosso trabalho, além de manter um canal permanente de novidades sobre a banda. Lá tem links para o nosso myspace, fotolog, para meu blog pessoal.
Este ano nós temos muito trabalho pela frente, como o lançamento do disco, os planos de fazer alguns festivais fora do estado, além da vontade de contribuirmos mais com a cena local.
Sobre o disco em si, estamos discutindo ainda a mix, mas não deve demorar muito. Aguardamos também a resposta de alguns selos sobre o lançamento. É, pretendemos lançar nacionamente, até para fazer valer os custos que tivemos com a produção do disco. Torçam pela gente.
E sobre o show dessa prévia do Grito Rock, o que podemos esperar?
Sobre o show de sexta próxima, bom, vamos tocar ao lado de bandas interessantes, como Paris Rock, que tem um papo samba rock, um vocalista bastante carismático, músicas alegres, pra cima; também com o Vinil Laranja (acabei de saber que eles substituirão a banda que ia tocar, Síncope), que já tem bastante experiência, um CD full gravado, alguns muitos fãs; o Paralelo XI que é de Primavera, e é sempre legal uma banda do interior vir tocar na capital, gosto bastante quando isso acontece. Sobre o Aeroplano, vamos fazer o primeiro show de 2010, com o repertório já do disco novo. Claro que sempre vão rolar músicas como 'Pra você, solidão' ou 'Contra a parede', porque o público sempre pede. Mas acho que vai dar pra perceber uma banda muito mais coesa e afiada do que éramos antes de sairmos daqui pra gravar. Esperamos que dê um público bem legal, até para convalidar esta iniciativa muito boa do Coletivo Megafônica em criar a prévias como forma de inclusão de um número muito maior de bandas e artistas que, a priori, não poderiam participar do Grito Rock em si, mas já se tornam parte do processo quando estão na prévias. Uma excelente oportunidade para quem está começando. Parabéns ao coletivo.
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Um comentário:
Diego sempre coerente e dizendo coisas úteis, reais e sinceras nas respostas. Gostei muito da entrevista.
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